terça-feira, 29 de setembro de 2009

SUPERSAFRA

A França, 544.000 k2, 15 vezes menor que o Brasil, duas vezes maior que o Rio Grande do Sul, pouco menor do que toda a Região Sul, estima colher, neste ano, 70 milhões de toneladas de cereais, mais de um milhão de toneladas por habitante.
Nosso Ministério da Agricultura tem obsessão por supersafras. Em pouco mais de 10 anos, passamos de 90 para 150 milhões de toneladas de grãos. Estimativas nem sempre confiáveis se levadas em conta cifras da CNA, Contag e Federações de Agricultores quando se referem à diminuição da área plantada por falta de crédito ou por força das intempéries regionais: secas ou inundações.
A França sozinha, não a Europa, produz, portanto, mais da metade de nossa supersafra. Trata-se de políticas agrícolas, produtividade, qualidade da semente, fertilidade da terra, uso racional do solo, fertilizantes, defensivos agrícolas? Ou tudo isso?
O orgulho nacionalista e o orgulho do poder se alimentam de grandes números que ao fim e ao cabo não são tão grandes. A menos que para os governantes os números tenham outro significado.
Exportamos excedentes. Quer dizer, é mais fácil buscar dólares com o excedente do que usar a matéria-prima para agregar valor dentro do país. O baixo poder aquisitivo da maioria do povo brasileiro é reforçado com subsídios para consumir o básico, o estritamente necessário para viver.
Ao comparar os números da França com os da supersafra brasileira percebe-se que governo e empresas estão contentes com a mediocridade produtiva.
Ouve-se, com frequência, que o Brasil é o celeiro do mundo, pela sua extensão, pelo clima, pela abundância de água que permitem colher quatro safras anuais.
As riquezas naturais são abundantes e pródigas. Faltam políticas agrícolas, faltam capacidades gerenciais para administrar “uma terra que em se plantando tudo dá” e, em não se plantando, tudo dão.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ASSALTOS, ROUBOS, MORTES

Os noticiários cotidianos de TV, em tempo real, abrem seu jornal com roubos, assaltos, mortes, algumas delas precedidas de torturas. Milhares de câmaras instaladas nos prédios, nos postes, em supermercados, estacionamentos, em telefones celulares captam flagrantes e testemunham os atos cometidos.
Esses mecanismos, parece, não intimidam nem inibem tais tipos de ação. Facilitam, por outro lado, a prisão dos envolvidos, mas não desestimulam as iniciativas nem desvirtuam a tentação, o desejo e a vontade de quem é levado a agir nessa direção.
A presença direta da polícia tampouco é um obstáculo intransponível para evitar roubos cinematográficos. Não raro, esses fatos acontecem a alguns passos de delegacias e postos policiais. A presença ou proximidade da polícia pode até ser um elemento auxiliar para o roubo, pois baixa a guarda, relaxa a atenção dos que confiam nela e não desconfiam do imprevisto e da surpresa. Mais grave é quando a polícia compõe as circunstâncias, faz parte da inteligência da ação ilícita e reparte o botim.
Vale recordar que existem sociedades, em nossa era, onde não se pratica o roubo e não se gastam fortunas em tecnologias eletrônicas ou em polícias armadas para o controle social. Obedecem a um diferente processo social e educativo.
O roubo, a subtração, a apropriação indébita em todos os níveis – da banana aos cofres públicos – apesar de todos os controles, da fiscalização periódica, do policiamento eletrônico, das denúncias e prisões – são sempre e cada dia mais prováveis e reais por duas razões, reforçadas por outras secundárias.
A primeira é a disponibilidade crescente de bens, patrocinados pelo progresso tecnológico e pela acumulação, transformados em sonhos de consumo e ascensão social pela propaganda e publicidade. Está em voga um processo pedagógico avassalador que dá dimensões infinitas ao ter e reduz o ser ao mínimo necessário. Empurra-se a sociedade para a conquista da felicidade primitiva de luta pela sobrevivência dos mais fortes. O crescimento econômico e a criação de necessidades estimuladas são fatores importantes de consumo aberto para todos. O estímulo ao consumo pelo bombardeio intenso da publicidade é infinitamente mais forte do que qualquer mecanismo de policiamento físico ou eletrônico de controle punitivo.
A segunda razão tem origem no operador da ação. É uma decisão formulada por ele em cuja trama está o inconsciente e o consciente, o subliminar e o liminar. Ele é informado incessantemente sobre a existência de bens que estão em algum lugar e é provocado a chegar até eles. Sua vontade de obtê-los, sua coragem, inteligência e determinação se transformam em poder aquisitivo.
Forma-se a lógica sub-reptícia do equilíbrio distributivo: o que está sem uso na mansão milionária ou em lojas finas pode ser transferido para um novo usuário. A lógica é a mesma para a subtração da banana, das joias, do dinheiro do banco ou do erário. O tratamento judicial e policial dos fatos e das pessoas, no Brasil, é que faz a diferença.
O que choca, impressiona e indigna é o ato violento, a tortura e a morte que muitas vezes acompanham um assalto, um roubo ou uma simples subtração. Mata-se por um tênis ou por um saldo bancário. Não há que misturar ideológica e metodologicamente o desemprego, a necessidade, a pobreza, a desigualdade econômica com a eventual violência numa operação de roubo. A diversidade das ocasiões, das oportunidades, dos desejos e das ambições envolve pessoas de distinta formação, educação e categoria social. Exemplos não faltam.
Uma operação empreendida, ainda que armada, é arriscada. É uma guerra. Há um confronto de forças em jogo. Há um tempo a ser cumprido. Há objetos a serem recolhidos. Há resistência na defesa do patrimônio e há imprevistos e distrações. Há momentos, nesse confronto, em que arrombar uma porta ou matar a pessoa estão no mesmo nível de decisão: são obstáculos a superar na consecução do objetivo. O latrocínio, implícito nas circunstâncias de risco, pode não ser premeditado como são alguns atos de eliminação de arquivos vivos por personalidades invisíveis bem situadas na sociedade. O número de mortes em assaltos e roubos é bem menor do que os roubos limpos efetuados por profissionais.
As medidas tradicionais de caráter social ou policial tomadas para inibir, dificultar ou impedir assaltos, roubos, subtrações de qualquer espécie perdem, diante da imensa e crescente disponibilidade de bens ociosos e desnecessários, sua virtude e credibilidade e tornam-se inócuas, ainda que as prisões se encham. Gerar empregos, aumentar ou redistribuir a renda individual, construir casas, abrir escolas e universidades devem fundamentar-se numa pedagogia que abra perspectivas ilimitadas e infinitas ao ser, única forma de dar a justa proporção à necessidade de ter. Nossa sociedade é dirigida pelo princípio pragmático de que é preciso ter para ser.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

TELEFONE CELULAR

O telefone celular incita seus usuários a falar. A maioria dos que o possuem não resiste à vontade de ligar a outro, amigo, cliente, subordinado ou chefe. São poucos os que preferem ficar sozinhos na rua, no ônibus, no metrô.
No ônibus, escutei historias engraçadas, tragédias amorosas, ordens severas a empregados via secretária, ameaças de não voltar para casa, desculpas por atrasos suspeitos, (no momento estou ainda no escritório e chegarei depois das 23 horas). Para onde iria esse ônibus?
Na calçada, encostada a um poste, a moça dizia que depois das 21 horas seria muito tarde. Eram 19 horas. Confirmei no relógio.
Há os que escondem o aparelho no bolso e o microfone na lapela. Caminham falando sozinhos, mostrando com a mão o tamanho de algum objeto ou a altura do edifício em frente do qual se encontram. Outros falam às minhas costas. Olho para trás, pensando que a conversa seria comigo. Eram insultos graves, acompanhados de gestos indecentes. Seria um exímio ator de teatro do absurdo. Andava rapidamente. De repente, parava, olhava para cima, levantava e deixava cair os braços, sacudia a cabeça e gritava para superar o tom do interlocutor em alguma outra rua, ou café, ou banheiro.
Um executivo, prestes a entrar no túnel que o conduziria ao avião, dava ordens terminantes, autoritárias, em tom agressivo, a um subordinado: “Tem que estar pronto até às 12 horas. Me manda o relatório por emêil. Tenho reunião às 14 horas”. Terminou a conversa bruscamente. Olhou para os lados para recolher os efeitos de sua autoridade. Eu pensei no subordinado e no que ele estaria pensando do chefe. Esses pensamentos não estariam no relatório.
A senhora, mais gorda que magra, de óculos escuros, cheia de colares e braceletes, grandes argolas nas orelhas, contestava os argumentos do credor. Recusava-se a pagar o montante e ameaçava a empresa com seu advogado, com o Procon, fecharia a conta fidelidade, devolveria o produto. Eram vários mil reais em jogo, somando o principal, os juros e a mora, que ela repetia com certo orgulho com ênfase na voz. “Dez mil reais”. Aborreceu-se com a resistência do credor e fechou o celular com ruído. Olhou-me e disse: “É incrível. São uns ladrões”.
Às vezes, saio à rua para ouvir histórias interessantes, fuxicos, fofocas, encontros marcados, rompimento de namoro. Em geral, a concorrente está ao lado. No restaurante, em poucos minutos, sabe-se de intimidades e costumes que antigamente eram comunicados no quarto, a dois. Aprecio os e as que falam rindo, gesticulando, olhando ao redor e, principalmente, os e as que gritam para que os outros ouçam seus segredos atrevidos.
Mas há os discretos que se limitam ao sim, sim. Não, não, Ou sim, é, não, não é, sim, foi. Eu ligo, eu ligo. Ciao. Beijos. Outro.

CIDADÃO DO PLANETA TERRA

Pedro de Montemor surpreendeu-me com uma carta escrita há uma semana.
“Tenho uma boa história. Creio que só poderia acontecer aqui. Tomei o ônibus que faz a linha do local onde me hospedo e o Quartier Latin. Sentei-me na única poltrona solitária perto da janela. Na parada seguinte, subiram duas senhoras completamente francesas. Num gesto espontâneo de cidadania, levantei-me e ofereci o lugar. Um delas agradeceu sem sorrir e sentou. Era mais jovem do que eu e ainda bonita.
Logo depois, vagou um assento. Fui ocupá-lo ao lado de um senhor que, levantando-se, me facilitou o acesso. Era dez anos mais velho do que eu, cabelos alvíssimos, a boca repuxada para o lado direito. Mancava de uma perna. Olhou-me, procurou identificar minha origem e para confirmar suas apostas, perguntou-me:
− De que país vem o senhor?
Ocorreu-me de forma fulminante uma resposta singular.
− Sou cidadão do planeta Terra.
Ele se assustou, enrugou a fronte e eu continuei:
− Qualquer pedaço do planeta Terra me dá a sensação de liberdade, de curiosidade e, em todo o caso, o desconhecido é o mesmo, as agruras e os amores são os mesmos. As árvores e as águas em qualquer parte da Terra são minhas amigas e com elas me demoro em longas conversas.
Disse-lhe tudo isso em francês e ele tolerou educadamente as agressões que cometi contra sua língua. Olhou-me com um olhar de 85 anos e esperou que lhe dissesse enfim o nome de um país. Em vez disso:
− Tenho quatrocentos anos de história italiana e mais de 70 em países da América do Sul.
− Que faz em Paris?, perguntou-me, cansado de minha filosofia.
− Vim descansar das agruras e dos amores que atropelam o ser humano em qualquer país. É mais fácil suportar a Terra do que um país.
Não acha você?
Lembranças planetárias.”

O ESPELHO

As vitrinas são do tempo em que não havia internet. Ao longo das calçadas das ruas de Paris, elas desfilam incansavelmente todas as modas, da cabeça aos pés. Muitas mulheres usam a vitrina para arrumar o vestido, pentear o cabelo, competindo com manequins de caras surpresas e outros sorridentes. Proprietários atentos colocaram um verdadeiro espelho, grande, generoso, gentil para essas funções secundárias. Os virtuais clientes passam pelo espelho e, se ouvem um bom conselho, olham a vitrina e entram.
A senhora que ia à minha frente passava dos 70 anos, pequena, magra, guardava sua antiga e conformada feiúra. Caminhava de vagar, sapato raso e uma pasta de couro na mão. Parou diante do espelho. Eu vi seu rosto lá dentro e o espelho não lhe fez nenhuma concessão. Vi seu olhar de desgosto e decepção. Ouvi o que ela disse, resumindo sua conformação mortal:
− C’est ça!
E o disse a si mesma como se estivesse convencendo alguém sobre uma verdade inquestionável. Continuou sua caminhada, indiferente às vitrinas que a convidavam a entrar. Ela seguia remoendo a tese filosófica que o espelho lhe havia exposto com a frieza de Aristóteles e de Cícero sobre o tempo que passa e a arte de envelhecer. O tempo não tem culpa quando o espelho nos diz que os anos passaram e nos levaram consigo.

domingo, 20 de setembro de 2009

FELICIDADE PRIMITIVA

O noticiário da última sexta-feira (18.09.09) foi regado com estatísticas e alimentado com números e porcentagens. Mais crianças na escola – aprendendo menos, segundo outros dados oficiais. Mais computadores, mais celulares, geladeiras, sofás novos na sala, TV’s espalhadas pela casa. Mais empregos com carteira assinada – sem mencionar as demissões constantes em setores importantes agravadas pela dificuldade de utilizar conhecimentos estocados em profissionais acima de 50 anos.
A felicidade primitiva de sair da caverna, escapar de dentes ferozes, esconder-se em choupanas de pedra e sobreviver à inclemência do clima, está sendo recuperada. É uma caminhada humana que iniciou há 10 milhões de anos. Como imaginar, no estágio tecnológico atual, que essa felicidade primitiva não tivesse continuidade?
Todos os números anunciados garantem que essa felicidade primitiva de conquistar, adquirir, sobreviver e orgulhar-se da própria sobrevivência são alentadores e enchem de glória os homens que detêm o poder e se atribuem o mérito das vitórias.
O país foi reduzido politicamente à felicidade primitiva. A estatística faz médias e equilibra os números. Mostra que a felicidade primitiva tem graus, diferenças e desigualdades. Uns são mais felizes que outros nesse patamar primitivo. Minha diarista limpa cinco apartamentos na semana, além de lavar, passar e cozinhar. Conseguiu, com seu trabalho, meu dinheiro e o dos outros quatro, levantar casa em terreno de invasão, que ela denomina barraco. Nele há sofá, TV, som, geladeira, máquina de lavar, freezer. Leva celular na bolsa. Passa quatro horas no trânsito. Levanta às cinco da manhã. Trabalha oito horas diárias. Sua felicidade primitiva está garantida. Orgulha-se de sua força de vontade, habilidade e vitórias sociais. Angustia-se com seus quinze quilos acima do peso ideal. Tem quarenta anos. É praticamente analfabeta. Mal escreve seu nome. Erra na palavra escrita e falada. Não lerá um livro até o fim de seus dias, nem jornal, nem revista, nem irá a teatro ou concerto no Teatro Nacional. Capta notícias pela metade. Acredita nos apresentadores de TV. Tem fé em Deus. Espera três meses para uma consulta de emergência num hospital público. Usa seus conhecimentos práticos, assessorada por detergentes da última propaganda, desinfetantes, bombril e muita água. Sua melhor virtude política é a capacidade de se indignar contra as decisões do governo, mas acaba votando nas promessas que não serão cumpridas. Estimo que haja 150 milhões de brasileiros na mesma situação de minha diarista. O governo do país prefere um povo com tecnologia avançada e mentalidade atrasada.
As autoridades do país mostraram-se contentes, gratificadas e vencedoras com os números, os percentuais e as médias elaboradas pelo sistema estatístico. Uma delas é 1,8 filhos por casal.
Os números atestam, o país vai bem. A empregada doméstica, num curso de alfabetização, entrevistada por um canal de TV tem razão e se alinha com o Presidente da República.
− Por que, perguntou, estudar matemática para limpar a casa de madame e cozinhar o feijão?
A felicidade primitiva do brasileiro está garantida e comprovada por percentuais estatísticos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CIDADE-PARQUE ou PARQUE DA CIDADE

A rainha Maria de Médicis comprou o Palácio de Luxemburgo, em Paris, e as terras circunvizinhas ocupadas por monges e agricultores, no início do século XVII. Guardando a tradição da família florentina, em 1612, convocou naturalistas e arquitetos com o fim de proteger essa vasta área quase selvagem em ambiente de repouso, silêncio e meditação, hoje, conhecido como Jardim de Luxemburgo. Árvores centenárias testemunham a passagem do tempo e sobrevivem às gerações que descansaram à sua sombra.
Lá, como aqui, o olho grande dos construtores não resistiu ao ímpeto de derrubar árvores e pôr em seu lugar edifícios gigantescos como sinal de dominação da natureza. Diante da saga arrasadora de engenheiros e inversionistas da construção, em 1859, uma lei conservacionista refreou o fio do machado e delimitou definitivamente a atual área de 25 hectares para descanso dos parisienses.
Conheço o Jardim de Luxemburgo desde 1967. Mais de quarenta anos e nada mudou no projeto original de ser um ambiente de beleza, arte e grandeza natural. A ninguém se lhe ocorre, hoje, transformá-lo num parque de exposição ou num atalho de circulação de veículos para cortar caminho entre o local de trabalho e a residência do cidadão na era do automóvel. O Jardim não foi invadido com rodas gigantes, play-grounds, bares de música barulhenta ou restaurantes com estacionamentos privativos. Em espaços bem limitados estão quadras de uso infantil, canchas de bocha para idosos ou de esportes leves. A maior parte do Jardim é cortada de alamedas, cadeiras e bancos, um lago repousante, esculturas de escritores, artistas, pensadores, representações da vida cotidiana, de mitos e da história cultural e política da França. Um quiosque para o chá ou o vinho e um discreto restaurante protegido por imensas árvores atraem os frequentadores para o refrigério das tardes quentes ou o aquecimento nos dias de inverno.
É um espaço amplo, com muitos bancos para sentar, pensar e conversar, à beira de um lago. Aberto, acolhedor, generoso, tão grande quanto os desejos e as aspirações do espírito e as sublimes provocações da inteligência do ser humano. Um parque é para estar, passear entre árvores e canteiros de flores para conhecê-las, amá-las e respeitá-las.
Conservar a história urbanística e paisagística de uma cidade é não ter medo de multiplicar espaços amplos, tranquilos, silenciosos onde repousem à noite os sonhos e os amores vividos durante o dia.
É tranqüilizador constatar que ninguém se atreve, contra a história e a consciência cultural dos cidadãos, mudar a destinação do Jardim de Luxemburgo, amputá-lo, introduzir funções outras que não sejam as do repouso artístico e, muito menos, decidir pelo adensamento da construção depredadora.
Conservar é manter as conquistas de nossos antepassados e melhorá-las sem deformá-las. O Parque da Cidade de Brasília poderia se espelhar no Jardim de Luxemburgo e transformá-lo num jardim para pessoas, sem a presença do automóvel.